O que é biometria? – White Paper
Privacidade
Os governos coletam informações pessoais sobre seus cidadãos, normalmente, com interesse em promover melhoria social, médica e de segurança física de algum tipo. Nem todos concordam sobre o quanto dessas informações pessoais é excessiva e a biometria tende a resumir informações pessoais consideradas como sendo excessivas. O uso histórico da biometria por órgãos governamentais de policiamento como uma ferramenta para registro criminal e investigação perpetua, acaba por perpetuar sua associação com a privação de direitos pessoais. Em algumas partes do mundo, existe um histórico de abuso de informações pessoais que gerou uma forte aversão a sua posse pelos governos. Embora, atualmente, as corporações privadas possuam, usem e transfiram quantidades de dados pessoais significativamente maiores, temos a tendência de considerá-las mais inócuas e que estamos obtendo algo em troca, como o uso de seus produtos.
Mais recentemente, com a proliferação da Internet, das câmeras digitais, smartphones e mídia social foi introduzida a era do “Big Data” e com ela veio um aumento exponencial na disponibilidade de dados pessoais e o potencial para seu abuso. Estamos aprendendo que nessa nova era, a privacidade é uma escolha muito pessoal; alguns indivíduos optam por minimizar a quantidade de informações pessoais que compartilham, enquanto outros, entusiasticamente, “as compartilham em excesso”. Nos dois casos, a biometria tem o potencial de fornecer meios mais práticos e seguros para aumentar a privacidade por meio de um melhor controle de acesso a uma crescente e vasta abundância de informações pessoais, especialmente quando usadas em conjunto com outros mecanismos tradicionais de segurança como números PIN e senhas.
A abundância das imagens faciais na Internet oferece a oportunidade que sejam abusadas como biometria. É concebível que por meio de um processo de “resolução de identidade”, as imagens faciais e seus dados associados (por ex., nome, escola, associações, etc.) possam ser associados por meio de identificação facial biométrica com informações de diferentes sites e bancos de dados onde as imagens faciais estão armazenadas. A resolução da identidade é um processo, bem diferente, os dados “em silos” são agregados em uma “identidade digital” que compreende uma visão mais abrangente de uma pessoa que existe a partir de qualquer fonte de dados individual. Quando quantidades pequenas e dispersas de informações pessoais foram disponibilizadas — cada uma com um uso específico e um público em mente — a agregação desses dados pessoais a partir de várias fontes disponibilizadas com uma pesquisa facial biométrica pode constituir uma ameaça à privacidade. Deve-se notar que não está claro se isso realmente já foi feito de forma que afetou a privacidade de alguém. Além disso, esse processo é mais tradicionalmente (e talvez mais efetivamente) executado usando os dados em texto e, portanto, existe uma ameaça potencial com ou sem a presença de imagens faciais. Vale a pena notar que outras modalidades biométricas não apresentam o mesmo risco que as imagens faciais para este tipo de processo, porque não existem abundantemente em domínio público. Ao avaliar o impacto da biometria na privacidade, é essencial considerá-la em um contexto mais amplo de todos os dados de identidade baseados em sinal e em texto; isso inclui os dados que são mantidos pelos órgãos governamentais e por entidades privadas, disponíveis na Internet e a partir de outros códigos abertos.